Saúde
Bombeiros relatam mais medo e aumento do uso de remédios na pandemia
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Durante a pandemia de covid-19, que chegou ao Brasil em março de 2020, os bombeiros militares do Rio de Janeiro relataram aumento expressivo na manifestação de distúrbios psiquiátricos. É o que aponta a pesquisa inédita Saúde Mental e Qualidade de Vida, realizada no ano passado com a tropa e divulgada esta semana.
O levantamento teve como foco a influência do surto sanitário global na vida familiar dos agentes e avaliou os sentimentos antes e durante a pandemia, ou seja, que sintomas o profissional tinha antes e quais apareceram com a situação da covid-19. Do total de participantes, 69,8% disseram que a pandemia teve impacto negativo e 30,2% julgaram o impacto positivo.
A reclamação com maior índice de aumento foi o sentimento de medo de contaminação e da morte, com 595% menções a mais durante o período da emergência sanitária, seguido por descontrole alimentar, com 337%.
O uso frequente de medicamentos teve aumento de 233%, a irritabilidade ou agressividade subiu 156%, o uso de álcool e drogas subiu 137%, a ideação suicida cresceu 103% e distúrbios do sono apresentaram uma diferença de 97%.
O questionário ficou disponível de julho a novembro, durante o pico da contaminação pela variante Delta do Sars-Cov-2, para ser respondido de forma on-line, voluntária e anônima. Participaram cerca de 1,4 mil bombeiros, o que corresponde a 12% do efetivo ativo da corporação, que conta com 12 mil pessoas.
Acolhimento
A chefe da Seção de Psicologia em Desastres do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), tenente-coronel Eliane Cristine, uma das responsáveis pela pesquisa, explica que o levantamento teve o objetivo de obter indicadores para a atuação da equipe multidisciplinar de saúde junto aos bombeiros, que são os primeiros a serem acionados em situações de desastres. Ela destaca que a pandemia de covid-19 é considerada um desastre de origem biológica.
“Em razão desse contexto, nós estávamos vivendo uma pandemia, com vários impactos, várias mudanças na nossa rotina, então a gente queria entender o quanto eles estavam sendo afetados, impactados nesse contexto da variante Delta da covid-19. E, por ser uma situação de desastre, coube à seção fazer esse trabalho”.
Para Eliane Cristine, o resultado obtido entre os bombeiros reflete o sentimento geral da sociedade. “O maior medo relacionado à pandemia, ao coronavírus, com a variável Delta, era o medo de morrer. Isso não foi diferente conosco”.
De acordo com ela, a partir da pesquisa, a seção desenhou o projeto itinerante Salvare, que começa no dia 6 de julho com visitas da equipe multidisciplinar aos 33 grupamentos e quarteis especializados do estado.
“O Salvare é um projeto que valoriza a vida do bombeiro militar, é um projeto de prevenção no qual a gente vai oportunizar um espaço onde o militar vai ter voz e vez. É um espaço onde ele compartilha todas as questões relacionadas às emoções, aos sentimentos, que é uma prática que ele não faz no dia a dia nem em qualquer lugar, com qualquer pessoa. Então a equipe multidisciplinar vai estar nos quarteis para fazer esses acolhimentos”.
Para avaliar o resultado do projeto, a psicóloga informa que o questionário será reaplicado na corporação no final do ano.
Edição: Lílian Beraldo




Saúde
Por suspeita de irregularidades, TCU suspende contrato da Saúde




Na última quarta-feira (29), o TCU (Tribunal de Contas da União) confirmou a suspensão do contrato do Ministério da Saúde com uma empresa de publicidade depois de indícios de irregularidades.
O contrato, avaliado em R$ 215 milhões, teria duração de 1 ano. De acordo com o TCU, o documento viola o princípio de segregação de funções (art. 5º da Lei 14.133/2021), dado que o edital da concorrência foi desenvolvido por responsáveis que também foram sorteados para participar da subcomissão técnica destinada à análise e julgamento das propostas técnicas apresentadas pelos licitantes.
O TCU também afirmou que o princípio da motivação foi violado quando houve a retomada de apresentação das propostas, sem que fossem formalizadas pela Administração as análises e a decisão sobre a impugnação realizada por um servidor da Diretoria de Integridade do Ministério da Saúde a questionar a ausência de segregação de funções.
“Conforme destacado pela unidade instrutiva, o princípio da segregação de funções deflui dos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e da probidade administrativa, e está consagrado em doutrina e na jurisprudência desta Corte de Contas já de longa data”, diz o texto.
O órgão considerou a denúncia após a representação de uma das empresas que participaram do certame e que questiona aspectos processuais da licitação.
Em nota, o Ministério da Saúde negou que houvesse qualquer irregularidade e que processo de contratação de agências de publicidade pelo órgão se deu em absoluta conformidade com a lei vigente.
“Importante esclarecer ainda que a participação de servidores da área de comunicação da pasta na subcomissão técnica, além de ser prevista na lei que regula o assunto (Lei 12.232/2010) e nas normas da Secom, foi integralmente respaldada pela Consultoria Jurídica do Ministério da Saúde”, completou.
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Fonte: IG SAÚDE
Saúde
Vídeo: implante biodegradável alivia a dor sem usar medicamentos




Um dispositivo biodegradável desenvolvido por pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, pode se tornar em breve uma importante estratégia para o alívio de dores, atuando por meio de um implante no corpo sem a necessidade de medicamentos.
Por isso, os responsáveis pela iniciativa afirmam que o aparelho, primeiro do tipo, pode ser uma importante alternativa às medicações analgésicas com alto poder aditivo, como os opióides. Em estudo publicado ontem na revista científica Science, os cientistas detalham o projeto e a eficácia em testes com animais.
O dispositivo tem apenas cinco milímetros de largura e é inserido na área onde a sensação é desejada, envolvendo os nervos que enviam o sinal da dor até o cérebro. Ele funciona por meio de ativação externa, sob demanda, e parte de um conceito simples: o de que aplicar temperaturas mais baixas sobre uma região ajuda a minimizar a dor.
Quando ativado, ele resfria esses nervos sensitivos, deixando-os dormentes e bloqueando o sinal da dor para o cérebro. O comando externo permite ainda que o usuário altere a intensidade do efeito. Com o tempo, quando o aparelho já não é mais útil, o próprio corpo absorve o material, dispensando a necessidade de uma cirurgia para remoção.
“A tecnologia explora mecanismos que têm algumas semelhanças com aqueles que levam os dedos a ficarem dormentes quando estão frios. Nosso implante permite que esse efeito seja produzido de forma programável, direta e localmente para os nervos alvo, mesmo aqueles profundamente dentro dos tecidos”, explica o pesquisador de bioeletrônica John Rogers, professor da universidade e líder do desenvolvimento do dispositivo, em comunicado.
Para os cientistas, a novidade tem maior potencial para pacientes que precisam de fortes analgésicos após procedimentos cirúrgicos, por exemplo. Eles afirmam que os médicos poderão inserir o dispositivo já durante a operação, eliminando a necessidade do uso de medicamentos que têm um alto poder aditivo, como os opióides, no pós-operatório.
“Embora os opióides sejam extremamente eficazes, eles também são extremamente viciantes. Como engenheiros, somos motivados pela ideia de tratar a dor sem (o uso de) drogas – de maneiras que possam ser ativadas e desativadas instantaneamente, com controle do usuário sobre a intensidade do alívio”, defende Rogers.
Dispositivo é solúvel em água; veja vídeo
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Fonte: IG SAÚDE